Além do aumento de contribuição previdenciária, governador quer impor mudanças no custeio do plano de saúde dos servidores e extinção de cargos públicos
Os servidores públicos do Estado da Bahia conseguiram barrar, na quinta-feira (6), a votação do projeto que eleva contribuição previdenciária de 12% para 14%. Mais de 200 pessoas estiveram na sessão da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) e pressionaram os deputados de oposição a entrarem com recursos para obstruir a votação. A mobilização deu certo, e a apreciação do Projeto de Lei (PL) 22.971 foi transferida para a próxima terça-feira (11).
Para Luiz Blume, 1º vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN, o governo Rui Costa (PT) não tem se mostrado um governo de oposição ao futuro presidente eleito, mas sim “afinado” com as mesmas políticas de arrocho salarial e de retirada de direitos defendidos pelo próximo presidente. “Estamos há quatro anos sem reajuste da inflação, e o governo colocou em regime de urgência a votação do PL 22.971, e de outros projetos que retiram direitos, mas os deputados da oposição conseguiram uma manobra regimental para barrar. É um tempo que ganhamos para mobilizar ainda mais os docentes e demais categorias para fazermos uma vigília na segunda (10) e terça-feira (11)”, disse.
Nos últimos anos, o governador Rui Costa (PT) vem realizando uma série de ataques aos servidores e aos serviços públicos. A política de arrocho salarial e, agora, a possiblidade de aumento da contribuição previdenciária comprometerá quase 25% os salários dos docentes, segundo o diretor do Sindicato Nacional.
Plano de saúde
Um projeto de autoria do Executivo agravará ainda mais a situação dos servidores públicos estaduais. O governo pretende reduzir em 50% da participação do Estado no custeio do Plano de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos da Bahia (Planserv). Atualmente, o Planserv tem seu custo anual bancado da seguinte maneira: os servidores arcam com 2/3 dos custos e o governo com o 1/3 restante.
Mobilização
As seções sindicais do ANDES-SN na Bahia têm realizado assembleias para decidir sobre uma futura paralisação no dia 11. “É necessário mobilizar ainda mais os servidores públicos, só com organização, luta e mobilização, conseguiremos barrar esses projetos”, ressaltou Blume.
Foto: Adusb SSind.