O ANDES Sindicato Nacional concluiu, na noite da última sexta-feira, 10 de dezembro, as atividades da Semana em Defesa da Educação Pública e Contra os Cortes no Orçamento Federal. A mobilização, iniciada pela entidade no último dia 6, na Rodoviária do Plano Piloto, mobilizou docentes e estudantes em vários locais do DF e foi encerrada com um ato político-cultural na Praça do Cidadão, em Ceilândia, região administrativa mais populosa do Distrito Federal.
A atividade contou com uma estrutura montada para a realização de batalhas de MCs, grafitagem, show de rap e também para a exibição do filme Abraço, que conta a história de professoras e professores sergipanos que, em 2008, enfrentaram uma luta jurídica com o governo do estado contra a desvalorização da educação pública e de seus profissionais. O intuito de toda a realização foi a de continuar construindo um diálogo para fora do ambiente sindical e também para fora do ambiente acadêmico.
“A Educação Pública é um projeto para a sociedade brasileira e, portanto, é algo que precisa ter a participação do povo brasileiro. No entanto, isso impõe desafios e o nosso desafio é dialogar para fora do ambiente sindical, dizer para pessoas que é extremante necessário defender a educação, especialmente nessa conjuntura de governo genocida. A gente só alcança esse objetivo indo para as ruas, para perto da população e não apenas utilizando palavras e panfletos. A gente precisa dialogar para fora, a partir dos elementos da cultura do lugar, como estamos realizando em Ceilândia no dia de hoje”, explicou Rosineide Freitas, 2ª vice-presidenta do Regional RJ do ANDES-SN.
Jovens de Expressão
A Praça do Cidadão é a casa do Jovem de Expressão, programa criado há 14 anos e que diariamente desenvolve ações focadas em transformar a realidade de jovens periféricos, facilitando o acesso à cultura, tecnologia, lazer e, sobretudo, à educação. “As lutas do ANDES e o do Jovem de Expressão não estão separadas, elas estão casadas. O programa está dentro de um cenário educativo e trabalha com pessoas que têm, entre seus sonhos, chegar à universidade. Portanto, estar aqui hoje reunidos com professoras e professores, com a nossa comunidade e recebendo uma atividade em defesa da Educação reflete o desejo da maioria das pessoas do nosso país, que sonham em ter uma educação plural, aberta e cada vez mais valorizada”, observa o coordenador pedagógico do Jovem de Expressão, Max Maciel.
O programa, que anualmente atende cerca de 42 mil pessoas, tem enfrentado uma histórico de luta e resistência para continuar beneficiando a população. A mais recente é uma ameaça de reintegração do espaço feita pelo Governo do Distrito Federal e, caso seja concretizada, as ações de promoção à cultura e educação poderão ser encerradas.
“Nós precisamos, urgentemente, colocar na agenda do no nosso país que Educação não é custo, mas sim algo que precisa estar posicionado dentro de um processo massivo de investimento. No passado existia um mito, uma história de que aqueles que tinham conhecimento é quem tinham poder. Hoje quem tem conhecimento e compartilha esse conteúdo é que tem poder e, por isso, presenciamos tantos ataques a professores e à Educação pública. Os governantes temem esse poder que é transformação da Educação”, acrescenta Maciel.
Próximos passos da Campanha em Defesa da Educação Pública
A campanha em defesa da educação pública, idealizada pelo Sindicato Nacional, ainda não acabou. Diversas atividades estão sendo organizadas para o primeiro trimestre de 2022. As informações sobre próximos encontros, lançamentos, entre outras produções, podem ser encontradas em www.eudefendoaeducacao.com.