Ceilândia-DF recebe último dia de atividades da Semana em defesa da educação pública e contra os cortes orçamentários

Publicado em 13 de Dezembro de 2021 às 18h34. Atualizado em 13 de Dezembro de 2021 às 18h35
Filme Abraço foi exibido durante atividade na RA. FOTO: André Luís | Imprensa 

O ANDES Sindicato Nacional concluiu, na noite da última sexta-feira, 10 de dezembro, as atividades da Semana em Defesa da Educação Pública e Contra os Cortes no Orçamento Federal. A mobilização, iniciada pela entidade no último dia 6, na Rodoviária do Plano Piloto, mobilizou docentes e estudantes em vários locais do DF e foi encerrada com um ato político-cultural na Praça do Cidadão, em Ceilândia, região administrativa mais populosa do Distrito Federal.

A atividade contou com uma estrutura montada para a realização de batalhas de MCs, grafitagem, show de rap e também para a exibição do filme Abraço, que conta a história de professoras e professores sergipanos que, em 2008, enfrentaram uma luta jurídica com o governo do estado contra a desvalorização da educação pública e de seus profissionais. O intuito de toda a realização foi a de continuar construindo um diálogo para fora do ambiente sindical e também para fora do ambiente acadêmico.

“A Educação Pública é um projeto para a sociedade brasileira e, portanto, é algo que precisa ter a participação do povo brasileiro. No entanto, isso impõe desafios e o nosso desafio é dialogar para fora do ambiente sindical, dizer para pessoas que é extremante necessário defender a educação, especialmente nessa conjuntura de governo genocida. A gente só alcança esse objetivo indo para as ruas, para perto da população e não apenas utilizando palavras e panfletos. A gente precisa dialogar para fora, a partir dos elementos da cultura do lugar, como estamos realizando em Ceilândia no dia de hoje”, explicou Rosineide Freitas, 2ª vice-presidenta do Regional RJ do ANDES-SN.

Jovens de Expressão
A Praça do Cidadão é a casa do Jovem de Expressão, programa criado há 14 anos e que diariamente desenvolve ações focadas em transformar a realidade de jovens periféricos, facilitando o acesso à cultura, tecnologia, lazer e, sobretudo, à educação. “As lutas do ANDES e o do Jovem de Expressão não estão separadas, elas estão casadas. O programa está dentro de um cenário educativo e trabalha com pessoas que têm, entre seus sonhos, chegar à universidade. Portanto, estar aqui hoje reunidos com professoras e professores, com a nossa comunidade e recebendo uma atividade em defesa da Educação reflete o desejo da maioria das pessoas do nosso país, que sonham em ter uma educação plural, aberta e cada vez mais valorizada”, observa o coordenador pedagógico do Jovem de Expressão, Max Maciel.

O programa, que anualmente atende cerca de 42 mil pessoas, tem enfrentado uma histórico de luta e resistência para continuar beneficiando a população. A mais recente é uma ameaça de reintegração do espaço feita pelo Governo do Distrito Federal e, caso seja concretizada, as ações de promoção à cultura e educação poderão ser encerradas. 

“Nós precisamos, urgentemente, colocar na agenda do no nosso país que Educação não é custo, mas sim algo que precisa estar posicionado dentro de um processo massivo de investimento. No passado existia um mito, uma história de que aqueles que tinham conhecimento é quem tinham poder. Hoje quem tem conhecimento e compartilha esse conteúdo é que tem poder e, por isso, presenciamos tantos ataques a professores e à Educação pública. Os governantes temem esse poder que é transformação da Educação”, acrescenta Maciel.


Próximos passos da Campanha em Defesa da Educação Pública 
A campanha em defesa da educação pública, idealizada pelo Sindicato Nacional, ainda não acabou. Diversas atividades estão sendo organizadas para o primeiro trimestre de 2022. As informações sobre próximos encontros, lançamentos, entre outras produções, podem ser encontradas em www.eudefendoaeducacao.com. 

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