Um militante do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) foi assassinado no município de Rio Bonito do Iguaçu, no Paraná. O corpo foi encontrado, no domingo (25), próximo ao assentamento Ireno Alves dos Santos, local em que a vítima morava com a família.
Na noite deste sábado (24), Ênio Pasqualin estava em sua casa com a família quando foi surpreendido por um grupo armado que invadiu a residência. O camponês foi baleado e, em seguida, sequestrado. Na fuga, os homens utilizaram o carro da vítima e também roubaram documentos, dinheiro e todos os celulares dos familiares.
De acordo com uma nota publicada pelo MST, Ênio Pasqualin iniciou sua militância em 1996 e desde então participou de diversas atividades e ocupações de terra na região de Rio Bonito do Iguaçu, além de ter exercido os cargos de coordenador de base, dirigente estadual do MST Paraná e presidente da Central de Associações Comunitárias do Assentamento Ireno Alves dos Santos (Cacia). "Ênio Pasqualin sempre foi um camponês aguerrido na luta", diz um trecho da nota.
"No dia 15 de outubro, Ênio comemorou seus 48 anos de vida junto a sua família e hoje, 10 dias após seu aniversário, deixa sua família de forma inaceitável. Tiraram a vida de um pai, de um marido, deixando suas duas filhas, o filho e a esposa com uma dor inexplicável", completa o texto.
Assassinatos no campo
O assassinato de Ênio integra um cenário de violência contra os trabalhadores do campo. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), em 2019 foram registrados 32 casos de pessoas assassinadas em conflitos no campo, 30 tentativas de assassinato e 201 ameaças de morte. Os números apresentaram crescimento em relação a 2018, que registrou 28, 28 e 165, respectivamente. Os dados tornam o Brasil um dos países mais violento para as populações camponesas no mundo.
Com informações de jornais da região e imagem de arquivo pessoal