Milhares de estudantes saíram às ruas do Brasil na quinta-feira (28), Dia Nacional de Lutas dos Estudantes Brasileiros. Dias após a determinação do presidente Jair Bolsonaro de que os militares celebrassem o Golpe de 1964, uma das palavras de ordem mais cantadas nas manifestações foi “Ditadura Nunca Mais”. O 28 de março marca, justamente, o assassinato do estudante Edson Luís pela ditadura empresarial-militar em 1968.
Por deliberação do 38º Congresso do ANDES-SN, a data foi incorporada ao calendário de luta dos docentes como “Dia Nacional em Defesa da Educação Pública e contra a Reforma da Previdência”. Os estudantes também incluíram em seus atos a crítica à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/19, da Reforma da Previdência. Outro projeto criticado foi o “Escola Sem Partido”, que busca censurar docentes e estudantes.
A primeira grande manifestação do dia aconteceu em Porto Alegre (RS), no período da manhã. A concentração do ato foi no Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho, um dos principais da capital gaúcha. Os manifestantes aproveitaram para também protestar contra as políticas educacionais do governador Eduardo Leite (PSDB). No Rio Grande do Sul, os docentes estaduais estão recebendo salários parcelados há 40 meses. O governador também tem tentado fechar escolas, seguindo os caminhos de seu antecessor, José Ivo Sartori (MDB).
Outro ato que ocorreu de manhã foi o de São Paulo (SP). Com uma grande faixa “Não Vão Nos Calar”, os estudantes se reuniram no vão do Museu de Arte de São Paulo (SP), na avenida Paulista. Os manifestantes também homenagearam os estudantes assassinados em Suzano, no interior paulista. “Não dá mais / Não quero armas / Quero um Brasil de paz” gritaram os estudantes, enquanto seguiam da avenida Paulista até a praça Roosevelt.
Em Brasília (DF), a manifestação ocorreu na Universidade de Brasília (UnB). No Rio de Janeiro (RJ), o ato teve início no final da tarde. A manifestação percorreu as ruas da capital fluminense e também criticou as ações do presidente Jair Bolsonaro. De acordo com a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (UBES), outras seis capitais registraram manifestações no Dia Nacional de Lutas dos Estudantes Brasileiros.
Atividades docentes
Além de somar aos atos e mobilizações estudantis, os docentes também realizaram atividades próprias no 28 de março. Em Cuiabá (MT), por exemplo, foi realizada a etapa preparatória regional do III Encontro Nacional de Educação (ENE). O pré-ENE teve participação ativa da Associação dos Docentes da Universidade Federal do Mato Grosso (Adufmat – Seção Sindical do ANDES-SN).
Em Rio Grande (RS), a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande (Aprofurg – Seção Sindical do ANDES-SN), participou das atividades que celebraram os 50 anos da universidade. Na ocasião, foram distribuídos bottons e panfletos informativos sobre a Reforma da Previdência.
A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes – Seção Sindical do ANDES-SN) organizou o “café com debate” no campus de Alegre (ES). O tema do debate foi a Reforma da Previdência.
A Associação dos Professores Universitários de Juiz de Fora (APESJF – Seção Sindical do ANDES-SN), também organizou um café da manhã. A atividade foi realizada em conjunto com o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e o sindicato dos servidores técnico-administrativos da instituição. No café, reforçou-se a importância da unidade na luta pela liberdade de ensinar, e também pelo direito à aposentadoria pública, universal e solidária.
Com informações de UNE, UBES, Sul 21, Adufmat-SSind, Aprofurg-SSind, Adufes-SSind e APESJF-SSind. Imagens de UBES e APESJF-SSind.