“É preciso construir uma frente ampla, de unidade de ação, para derrotar as políticas que buscam reduzir o papel do Estado, destruir os serviços e os servidores públicos”. Essa foi a principal defesa do presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, na mesa Desafios para a educação superior no Brasil e na América Latina, durante o seminário interno reorganização da classe trabalhadora diante dos desafios do período.
Organizado pelo Sindicato Nacional e realizado na AdunB, na Universidade de Brasília, nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro, o encontro reuniu mais de uma centena de docentes de todo o país.
Segundo Antonio Gonçalves, as políticas já anunciadas pelo governo eleito atacam os serviços e os servidores públicos nos diferentes níveis da federação. Embora pareçam estar desarticuladas, argumenta, essas políticas compõem um projeto ultraliberal de redução do papel do Estado na sociedade. “Nós como servidores públicos e como docentes do ensino superior somos alvo nesse processo”, explica.
Diante deste cenário, “só nos resta chamar a unidade de ação da nossa classe para fazer os enfrentamentos”, afirma Antonio.
O debate também contou com Alejandro Gorgal, professor da Universidade da República do Uruguai. Ele destacou que o avanço contra as universidades públicas é uma realidade em diferentes países da América Latina.
Para o professor, o conjunto do movimento docente tem que defender a perspectiva de uma universidade Latino Americana que “tem suas origens fundamentais no Movimento de Córdoba [na Argentina]”. Este movimento, que completa 100 anos, segundo Alejandro, criou os princípios da universidade que defendemos atualmente.
“Quais são esses princípios? A autonomia universitária, a participação democrática, a gratuidade, o caráter público da formação universitária. A extensão universitária, que surge com Córdoba, e tem a ver com essa articulação entre pesquisa, ensino e extensão”.