Auxílio para estados e municípios será retirado dos salários de servidores (as) públicos

Publicado em 04 de Maio de 2020 às 13h48. Atualizado em 04 de Maio de 2020 às 14h01

Na noite do último sábado (2), o Senado Federal aprovou, em sessão remota, o Projeto de Lei Complementar (PLP 39/2020), que determina repasse financeiro de R$125 bilhões a estados e municípios durante a pandemia do novo coronavírus.  O texto, que substitui o PLP 149/2019, foi aprovado por 79 votos a 1 e condiciona o auxílio ao congelamento de salários dos/das servidores/as públicos em até 18 meses, ou seja, 31 de dezembro de 2021. O valor inclui repasses diretos e também suspensão de dívidas dos entes federados com a União. A proposta segue agora para a Câmara de Deputados. Se aprovada sem alterações, vai para sanção presidencial.

Diminuir o impacto com a queda da arrecadação de impostos e a paralisia das atividades econômicas no país é fundamental para impedir que haja colapso na economia brasileira. Porém, em vez de adotar medidas como uma política de taxação das grandes fortunas, a revogação da Emenda Constitucional 95 e suspensão do pagamento de juros e amortização da dívida pública, o governo federal se aproveita da situação para, mais uma vez, atacar os/as servidores/as públicos/as do país.


Apesar de apresentar exceções para servidores das áreas de saúde, segurança pública e integrantes das Forças Armadas, o PLP 39/2020, traz congelamento salarial de mais de dois milhões de professores e professoras federais, estaduais e municipais, que estão nas universidades, institutos federais e CEFET, pesquisando e produzindo diversos recursos e conhecimentos fundamentais no enfrentamento à Covid-19. 

Exemplos desse árduo trabalho durante a pandemia podem ser encontrados na campanha “O que alguns chamam de balbúrdia, nós chamamos de produção de Conhecimento Público”, idealizada e divulgada pelo ANDES-SN desde 17 de abril, em suas redes. A campanha apresenta o trabalho realizado nas Instituições de Ensino Superior em todo o país, que vai desde a confecção de máscaras de proteção individual até o desenvolvimento de respiradores mecânicos 15 vezes mais baratos que os comercializados mundialmente. 

O ANDES Sindicato Nacional reforça que há docentes nos hospitais universitários, enfrentando o vírus e arriscando a vida e que, mesmo assim, serão penalizados caso o texto seja aprovado com a manutenção dos artigos 7º e 8º.  Revogar esses artigos se faz mais do que necessário em um momento como esse. Por isso, o Sindicato Nacional convoca a categoria à pressionar parlamentares e demonstrar que o texto aprovado no Senado desrespeita milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o país! Diga não aos artigos 7º e 8º do PLP 39/2020.

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