Adusp SSind denuncia precarização do Hospital Universitário da USP em meio à pandemia

Publicado em 30 de Março de 2021 às 16h42. Atualizado em 30 de Março de 2021 às 16h54
Funcionários do HU-USP protestaram por maior proteção e liberação do grupo de risco em maio do ano passado. Foto: Sintusp.

A Associação dos Docentes da Universidade de São Paulo (Adusp Seção Sindical do ANDES-SN) denunciou, em carta aberta à sociedade, as condições precárias do Hospital Universitário (HU) da USP, em meio à pandemia de Covid-19.

De acordo com o documento, a situação de total despreparo na qual se encontra o HU desde o início da pandemia é resultado de anos de sucateamento. Na carta, a Adusp SSind. cobra do Conselho Universitário que se posicione para reverter a situação e acusa do órgão máximo deliberativo da instituição de se manter, até o momento, alheio ao problema.

“O CO precisa dar atenção ao hospital-escola da universidade, criando condições para que ele retome seu funcionamento. O HU sempre foi um lócus apropriado e de qualidade para a realização de estágios de estudantes de sete cursos da USP, bem como de pesquisas e atividades de extensão”, afirma a carta.

Ainda de acordo com a Adusp SSind, desde agosto de 2014, o HU tem sido alvo de sistemática agressão por parte da Reitoria. A entidade representativa dos docentes da USP resgata as diversas medidas tomadas desde então para desmontar e sucatear o HU, como corte no pagamento plantões médicos, a desativação de setores do hospital, não reposição de postos de trabalhos vagos, entre outras.

“Um ano após o início da pandemia, a gestão Agopyan-Hernandes ainda não tomou as medidas orçamentárias requeridas para capacitar o HU em sua urgente missão. Contudo, o presidente do CD-HU acaba de anunciar que vai procurar as autoridades competentes e pedir os recursos necessários. Seja como for, ainda prevalecem incertezas sobre esse financiamento”, ressalta a Adusp SSind. Confira aqui a carta aberta na íntegra.

Abaixo-assinado e questionamento ao MP
Também nesse mês de março, representantes da Adusp SSind, do Sindicato dos Trabalhadores da USP (Sintusp) e do Coletivo Butantã na Luta no Grupo de Trabalho do Hospital Universitário (GT-HU) da USP oficiaram o Ministério Público de São Paulo, solicitando que o promotor Arthur Pinto Filho intervenha “no sentido de contribuir para que a situação à qual o HU está submetido possa ser modificada”.

Profissionais da saúde da rede municipal, em especial da Zona Oeste de São Paulo, lançaram um manifesto online pela abertura de leitos no HU e pelo funcionamento pleno do hospital.

“Sabemos da existência de leitos ociosos em um dos hospitais mais importantes da região, o Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (HU-USP). O HU-USP é o único hospital de grande porte da região e cumpre papel crucial no atendimento à saúde de mais de 500 mil pessoas. Ali sobram leitos, mas faltam profissionais, uma situação inadmissível”, afirma o manifesto, que ressalta a infraestrutura já existente no HU e a necessidade de contratação de profissionais “para o funcionamento integral do hospital durante e depois da crise”.

Confira aqui

* Com informações da Adusp SSind. Foto: Sintusp

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