Professores e professoras, técnicos e estudantes pararam o país nesta terça-feira (13). As manifestações ocorrem em todas as capitais do Brasil e em diversos municípios. A Greve Nacional da Educação, construída em unidade por entidades sindicais e movimentos estudantis, é uma grande mobilização em defesa da educação pública e gratuita, contra os cortes orçamentários e a reforma da Previdência.
Em Brasília (DF), mais de dez mil pessoas participaram do ato que teve início pela manhã. A manifestação contou com o reforço da 1º Marcha das Mulheres Indígenas, organizada com o objetivo de dar visibilidade e reconhecimento à luta das mulheres indígenas e contra as mudanças na política da saúde indígena.
Segundo a 1ª vice-presidente do ANDES Sindicato Nacional, Qelli Viviane Rocha, a unidade na luta demonstra para o governo a força da resistência. “O movimento é muito importante nesse processo de ataques à educação, principalmente articulando essa causa com outras lutas, como foi o caso de hoje com as mulheres indígenas, pela reforma agrária, pela manutenção do meio ambiente e uma série de outras coisas com as quais podemos nos associar. É importante que o governo perceba que os setores da educação e a sociedade como um todo estão mobilizados em atos unificados, dando o recado de que vai ter luta no processo de defesa da educação”.
Diversas atividades pelo país vão marcar o dia 13 de agosto como mais uma data indelével no calendário de manifestações contra as arbitrariedades e o desmonte que o governo tenta realizar nas políticas públicas em geral, e na educação em particular. Seja na Candelária (Rio de Janeiro), no percurso entre o Masp e a Praça da República (SP), nas grandes capitais ou nas pequenas cidades, alunos, docentes e demais membros da sociedade acadêmica estão mobilizados em protesto e resistência.
Em maio, nos dias 15 e 30, a população deu o recado ao governo Bolsonaro contra os cortes no orçamento da Educação. Recentemente, o Ministério da Educação (MEC) anunciou o ‘Future-se’, projeto de desmonte, de privatização do ensino superior público. E, agora, o anúncio de um novo corte no valor de R$ 348,4 milhões para o MEC, que atinge a educação básica. Desde o começo do ano, a pasta já sofreu 6,1 bilhões de reais em cortes.
O recado que os atos unificados, cada vez maiores e mais abrangentes, gritam nas ruas é: não aceitaremos. 13 de agosto mostra que as ruas estão alinhadas pela educação pública, de qualidade e socialmente referenciada.
Greve do Setor da Educação
Em reação à ofensiva do governo Bolsonaro contra a Educação Pública, o ANDES-SN apontou, em reunião conjunta dos setores das Instituições Federais, Estaduais e Municipais de Ensino, no final de julho, a necessidade de construção de uma greve do Setor da Educação. Foi indicado às seções sindicais a realização de assembleias até o dia 22 de agosto. No final do mês, uma nova reunião do setor avaliará o retorno da categoria.