13 de agosto: Greve Nacional da Educação

Publicado em 12 de Agosto de 2019 às 11h49. Atualizado em 16 de Agosto de 2019 às 19h14

No dia 13 de agosto, professores/as, técnico-administrativos e estudantes vão parar o País, mais uma vez, em defesa da Educação Pública e Gratuita, contra os cortes orçamentários e contra a Reforma da Previdência. A Greve Nacional da Educação está sendo construída em unidade por entidades sindicais e movimentos estudantis.

A paralisação foi convocada inicialmente pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e foi incorporada ao calendário do ANDES-SN durante o 64º Conad. A CSP-Conlutas e diversas outras centrais sindicais estão chamando a comunidade para aderir ao movimento. Raquel Dias, 1ª tesoureira do ANDES-SN, ressalta que o dia 13 de agosto é uma continuidade das lutas que estão sendo desenvolvidas no setor da educação básica e superior.

“Nós fizemos grandes e importantes atos no mês de maio, principalmente nos dias 15 e 30. Depois desses dois grandes dias de luta, que levaram milhares de pessoas às ruas - entre estudantes, professores, técnicos e setores expressivos da sociedade - nós tivemos mais dois grandes ataques. Um, o ‘Future-se’, foi anunciado exatamente após as mobilizações. Este é um projeto de desmonte, de privatização do ensino superior público. E, agora, mais recentemente, o anúncio de um novo corte no valor de R$ 348 milhões para o Ministério da Educação. Em toda a Esplanada, o setor da educação é o que contabiliza o maior corte, já chega a R$ 6,1 bilhões”, comenta.

O recente bloqueio no orçamento, que atingiu principalmente os ministérios da Educação e Cidadania, é resultado de uma nova avaliação do governo sobre o crescimento da economia. Essa é a terceira revisão para baixo desde o início do ano. A diretora do ANDES-SN aponta para a necessidade de se compreender os ataques à educação e demais direitos sociais nesse contexto de crise econômica.

“É preciso compreender esses ataques à educação, concretizados por meio dos cortes e de uma política de privatização, além da desconstitucionalização dos direitos - que tem como foco a reforma da Previdência nesse momento -, no contexto de uma crise do Capital, que se expressa de forma mais fenomênica. O dia 13 de agosto tem que ser visto nesse contexto de aumento da inflação, de não crescimento da economia, de aumento do desemprego e da falta de perspectiva da juventude”, explica.

Segundo Raquel, cada dia de luta da educação vai ganhando mais importância, porque o que está em jogo, para além da defesa da educação pública, é o horizonte dos estudantes. “A cada mobilização que a gente realiza, a perspectiva de futuro vai ganhando mais destaque como um eixo de luta de toda a juventude da classe trabalhadora do nosso país”, acrescenta. 

Nesse sentido, a diretora do Sindicato Nacional reforça o chamado para que todas as professoras e professores realizem uma grande Greve Nacional da Educação. “Que todas as instituições de ensino, da educação básica à educação superior, possam paralisar as suas atividades nesse dia para dialogar com a sociedade sobre o papel social que as universidades públicas, os institutos federais e CEFET, e as escolas públicas em geral, cumprem na sociedade na produção de um conhecimento socialmente referenciado e chamar a população a defender este patrimônio que é a educação pública”, conclama.

Greve do Setor da Educação

Em reação à ofensiva do governo Bolsonaro contra a Educação Pública, o ANDES-SN apontou, em reunião conjunta dos setores das Instituições Federais, Estaduais e Municipais de Ensino no final de julho, a necessidade de construção de uma greve do Setor da Educação. Foi indicado às seções sindicais a realização de assembleias até o dia 22 de agosto. No final do mês, uma nova reunião do setor avaliará o retorno da categoria.

“O ANDES-SN está consultando a categoria. Respeitando nosso método de construção interna, estamos pedindo que as bases do nosso sindicato façam debate em assembleia até o dia 22 de agosto, considerando a possibilidade de indicativo de greve e dialogando com as entidades do setor da educação sobre a viabilidade da construção de uma greve geral da educação”, explica Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN.
 

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